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Desigualdades e empreendedorismo negro: CEO de fintech indica ações para driblar cenário

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No Dia da Consciência Negra (20/11), Tiago Santos, CEO e cofundador da Husky, explica que a principal via é a educação e, ao empreende na área da tecnologia, o ideal é pensar em soluções que resolvem problemas e geram retorno financeiro rápido.

Em meio à dívida histórica de igualdade racial, novas gerações de pessoas negras conquistam mais espaço no mercado de trabalho e no universo do empreendedorismo, como aponta Tiago Santos, CEO e cofundador da Husky, fintech brasileira que facilita transferências internacionais, principalmente, para global workers e criadores de conteúdo. Embora o caminho esteja previamente trilhado, comunidades negras ainda enfrentam desafios e há lacunas a serem preenchidas.

A taxa de desemprego da população negra é 10,6% acima da média (se comparado com o índice entre pessoas brancas) e, no contexto do empreendedorismo, a maior parte dos empreendedores brasileiros (68%) tem renda de até dois salários mínimos e é negra (59%), de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.

“É uma dura realidade, infelizmente ainda persistente em muitos lares brasileiros. Mas por ter uma mãe professora, sempre tive a educação como ferramenta transformadora da minha vida. De todo modo, sei que tive algumas oportunidades, pois diferentemente dos meus pais, não passei por situações tão difíceis quanto as deles”, considera Tiago.

Como inspiração para novas gerações de empreendedores negros, neste Dia da Consciência Negra 20/11), instituído pela Lei nº12.519, de 10 de novembro de 2011, que faz referência à morte do líder do Quilombo dos Palmares – Zumbi, o CEO da fintech elenca 3 atitudes para o sucesso em uma empresa de tecnologia e startup:

1-Busque o conhecimento formal e também o não-acadêmico

Para Tiago, além de cursos técnicos, de graduação e pós-graduação em tecnologia, existem muitos tutoriais, vídeos em canais do Youtube e fóruns online sobre temáticas interessantes que são cada vez mais úteis. “Temos diversas ferramentas disponíveis que complementam o aprendizado teórico. Ter uma formação é importante, mas não indispensável. É preciso colocar a mão na massa para sair da superficialidade, saber como funciona um sistema, um software, o uso da ferramenta. Combinar a teoria e a prática é essencial”, comenta o CEO.

2-Pense em um produto/serviço rentável e de rápido retorno

“Uma boa ideia só vira negócio se houver demanda. Antes de empreender, pesquise e estude bem o mercado. Veja quais problemas precisam de solução e trabalhe em direção a isso. Um ponto fundamental, principalmente para startups, é que você precisa vender, e rápido. O negócio tem que dar retorno logo, na semana que vem ou no mês seguinte, principalmente quando o empreendedor precisa

dessa renda para se sustentar”, pontua Tiago, que tentou uma série de projetos antes de criar a Husky com Maurício Carvalho, CTO da empresa. Por ser uma startup bootstrapped, a Husky sempre teve uma operação rentável sem investimentos externos antes da aquisição pela Nomad, em 2022, lembra o executivo.

3-Cuide do seu networking

Segundo Tiago, cultivar bons relacionamentos dentro do setor de atuação também contribuem para a “virada de chave”. Ele defende que o empreendedor deve estar em eventos, rodas de conversa com hubs

de inovação e tecnologia e sempre prospectar possíveis parceiros. “Não é preciso ir muito longe para achar gente boa antes de começar um negócio. Eu e Maurício nos conhecemos trabalhando para a mesma empresa e colocamos nosso networking para jogo quando começamos a vender a solução da Husky para outros devs que recebiam pagamentos do exterior. Aproveite as oportunidades para se cercar de pessoas com quem você possa aprender”, diz Tiago.

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