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Os problemas da gestão baseada no microgerenciamento

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Exercer uma boa gestão dentro de uma empresa não é fácil, sabemos de antemão que sempre há obstáculos e sabemos de outros que, naturalmente, surgem ao longo do caminho. Nesse sentido, existem diversos problemas que uma pessoa pode apresentar quando assume uma posição de liderança, entre eles está o microgerenciamento, ou seja, a gestão que consiste no controle excessivo do líder em relação à sua equipe. O líder que microgerencia quer ter a última palavra em tudo, inclusive nas pequenas ações e no modo de fazer de cada um. É percebido pela equipe como autoritário, detentor do poder. Isso é exaustivo, inclusive para ele mesmo, além de abdicar de ser mais estratégico, e pouco produtivo para a equipe, que quase sempre segue em duas linhas: ou faz exatamente o que é determinado por ele, sem acrescentar nada, ou vive num desconforto diário de tentar contribuir com alguma opinião ou sugestão de trabalho que, com sorte, será ouvido.

Um estudo feito pela revista Journal Of Experimental Psychology relatou que funcionários que se sentem microgerenciados têm níveis baixos de performance no trabalho. E uma pesquisa da universidade Harvard Business School, provou que o microgerenciamento faz mal para as empresas. A descoberta afirma que o tipo de gerenciamento é responsável por reduzir a criatividade e a produtividade dos funcionários ao decorrer do tempo.

“Adotar essa postura na sua gestão é um tiro no pé, porque provavelmente passará a impressão de que você não confia nos seus colaboradores, já que sente a necessidade de fiscalizar o trabalho deles de maneira excessiva. Ter o controle sobre cada passo de cada integrante da equipe pode trazer mais danos do que ganhos, pois além de reforçar que não existe parceria, é como se o gestor virasse uma espécie de ditador”, explica Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs.

As causas para uma gestão baseada em microgerenciamento podem ser pessoais, onde o líder demonstra certa insegurança e quer saber sobre todos os detalhes das operações para se sentir melhor consigo mesmo, pode fazer isso porque tem receio de ficar exposto, ou uma questão organizacional, quando essa postura faz parte de uma política interna da empresa, onde a cultura organizacional exige burocracias para garantir que os funcionários estejam “dançando conforme a música”.

O fato é que, se a liderança quer ser respeitada de verdade, é importante abandonar o microgerenciamento de uma vez, entendendo que isso não quer dizer se distanciar do time, é preciso estar à disposição deles para auxiliar. Inclusive, isso vai liberar mais tempo do líder para que possa adquirir uma visão estratégica e, ao delegar tarefas, permitirá que os colaboradores se sintam mais confortáveis para dar ideias, sugestões e opiniões. Tal atitude provocará uma melhora absurda na comunicação entre os envolvidos e no ambiente de trabalho.

Desta forma, abrimos espaço para uma gestão saudável, onde o líder mantém a sua equipe focada e mais motivada, também favorecendo o bem-estar do colaborador, que poderá executar suas funções da maneira que achar melhor, pois foram combinados os resultados que se precisa alcançar, com as devidas orientações e fornecendo os feedbacks quando necessário, ao longo da jornada.

Neste contexto, adotar uma gestão onde os integrantes do time participam da decisão do que precisam fazer e recebem as ferramentas necessárias para isso, adquirindo também certa autonomia para fazê-lo, levará o desempenho e felicidade dos colaboradores a outro patamar.

Dito isso, não microgerenciar não quer dizer também não corrigir o colaborador. A correção ajuda e precisa ser feita sempre que um membro da equipe não corresponder a expectativa, ajudando-o a melhorar. O que não se pode é determinar o que fazer, o modo de fazer, a hora de fazer, enfim, não se pode “engessar” o colaborador, negando a ele, inclusive, o direito de contribuir para um melhor resultado.


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